Em São Paulo, Food Stories entrega pacotes de gostosuras, louças e playlists
Por mais de trinta anos, uma das coisas que mais me assombravam era presentear a minha mãe. Nada dava certo – o tamanho da blusa, a gravação do CD, o amargor da cerveja, a capa do livro… Uma insanidade de preocupação seguida por uma brochada irrecuperável. Nos últimos tempos, a mama ficou mais facinha, eu fiquei mais escolada e as coisas melhoraram. Contudo nada se compara ao último dia das mães. E o mérito é mais do Food Stories (@foodstories_br) do que meu.
Sob o slogan “share a meal, creat a moment”, a empresa entrega um pacote completo para uma feixtita. A minha era um jantar japa, mas poderia ter sido um café da manhã, uma reunião mexicana, uma noite de tapas, um almoço de família com arroz de pato ou feijoada, por exemplo.
A entrega já causa impacto: um baú de madeira com rodinhas (queria muito um pra usar como bar aqui em casa), com cerâmica japonesa, guardanapo e jogo americano de linho, copos de água, vasinhos com arranjos (dois naturais e um desnecessariamente fake), um link para playlists no Spotify e uma caixona de madeira assinado em parceria com o restaurante Koshô (@kosho.japanese).
Depois de arrumar a mesa, quando o porteiro avisou que minha mãe estava subindo, coloquei a atração principal sobre a mesa. Dona Sandra olhou com desconfiança, abriu uma cervejinha e só depois foi ver o que tinha ali. E a partir desse ponto, sorrisão acompanhou o resto da noite.
A tal da caixona tem três andares: o de cima contém hashis descartáveis, nori crocante cortado em quadrados (tamanho bom para temakinhos), shoyu, molho tarê, maionese picante, azeite trufado, gari (aquela conserva de gengibre) e wasabi. O andar do meio traz sashimis fresquíssimos (atum, salmão, polvo e lagostim), camarão empanado, avocado, ovas de masago, pepino, wakame, peixe branco amaionesado e tuna tataki apimentado. O último vem com um mar de shari (o arroz temperadinho para o preparo de sushis).
Deixei meio que empilhadas para cada um montar seus bolinhos ou temakinhos como quisesse. E foi o que rolou sem pressa nenhuma, num banquete intimista e delicinha. Agora a pergunta que não quer calar: quanto custou essa maravilhosidade toda? Caro: R$ 198 por pessoa. Mas sobrou (daria para pedir pelo menos um a menos). Mas compensou.
Ia servir um vinho branco, mas a mama ficou na cervejinha. Como tinha ganhado um Martin Miller’s Westbourne Strength Gin (preciso dizer: es-pe-ta-cu-laaaar) e tinha umas tônicas Riverside (levinhas, como gosto), fiz gim tônicas pro meu pai e, só por educação, óbvio, decici acompanhá-lo.